5º CONGRESSO BRASILEIRO DE AVALIAÇÃO DE IMPACTO

Dados do Trabalho


Título

ANÁLISE INTEGRADA E LONGITUDINAL DO DESMATAMENTO EM DIFERENTES RECORTES TERRITORIAIS DO MUNICÍPIO DE ITABIRITO, MG: O PAPEL DAS ÁREAS PROTEGIDAS E DAS UNIDADES DE CONSERVAÇÃO

Resumo

A cobertura vegetal do território brasileiro é objeto de diversos controles ambientais, os quais, todavia, tendem a ser implementados e monitorados de forma fragmentada. Poucos órgãos ambientais fazem o monitoramento integrado da cobertura vegetal, de modo a entender as causas mais específicas e locais do desmatamento. Também são relativamente raros os estudos locais e regionais sobre a efetividade de polítcias públicas voltadas para a preservação da cobertura vegetal, tais como áreas protegidas e unidades de conservação. Ciente desta lacuna de conhecimento, esse artigo objetivou analisar as variações na cobertura vegetal no município de Itabirito, MG, em diferentes recortes territoriais. Mais especificamente, foram analisadas as diferenças entre alterações na cobertura vegetal nos seguinte recortes: 1) todo o território municipal; 2) áreas urbanas; 3) áreas rurais; 4) unidades de conservação de proteção integral (federais e estaduais); 5) unidades de conservação de uso sustentável (federais e estaduais); e 6) APPs de cursos d’água superficiais. Teste estatísticos inferenciais testaram a signifcância das diferentes entre esses grupos. O município de Itabirito, em Minas Gerais, tem área total de 54402,7 ha e se insere na região do Quadrilátero Ferrífero, uma das mais importantes provínciais minerais do mundo. Para os cálculos das coberturas vegetais, utilizou-se imagens obtidas no USGS Explorer mapeadas pelos sensores Landsat 5 e Landsat 8 no período compreendido entre 1984 e 2021 para se extrair os índices NDVI e NDWI. O software de Sistema de Informação Geográfica (SIG) foi relevante para integrar os dados, os quais foram posteriormente organizados segundo difrentes bases, tais shapes oficiais de UCs, zoneamento municipal, Cadastro Ambiental Rural, rede de drenagem, dentre outros. Além disso, o SIG possibilitou realizar o processamendo digital de imagens e realizar a classificação supervisionada do território, obtendo assim um mapa da cobertura vegetal em todo município e nos seis recortes territórias de trabalho ao longo do tempo. De maneira geral, os resultados sugerem que as Unidades de Conservação de Proteção Integral tiveram o maior potencial de proteção da cobertura vegetal. Todavia, alguns resultados também sugeriram que as APPs não têm cumprido seu papel legal. Os resultados podem subsidiar o aprimoramento de diversas políticas locais e estaduais, bem como indicar oportunidades de criação de novas políticas públicas e privadas voltadas para a conectividade dos fragementos florestais remanescentes.

Palavras-chave

Análise integrada; Preservação da Vegetação Nativa, Unidades de Conservação.

Área

Integração da AIA e instrumentos de política ambiental

Autores

JESSICA COSTA, ALBERTO FONSECA