5º CONGRESSO BRASILEIRO DE AVALIAÇÃO DE IMPACTO

Dados do Trabalho


Título

ICTIOFAUNA COMO GATILHO BIOLOGICO REGULADOR DOS PROCEDIMENTOS DE DRAGAGEM NO RIO PARAOPEBA

Resumo

Como parte do pacote de obras emergenciais, visando a recuperação ambiental das áreas atingidas pelo rejeito em decorrência do rompimento da Barragem B1 em Brumadinho, as dragagens do rejeito depositado no Rio Paraopeba foram iniciadas. Com elas, também se iniciou o monitoramento do efeito dessas atividades sobre a ictiofauna presente no rio Paraopeba. A operação de dragagem contribui com o aumento de sólidos em suspensão na água podendo afetar a estrutura dos ecossistemas aquáticos e causar danos à ictiofauna. Foi realizado monitoramento da presença de peixes agonizantes ou mortos à jusante do trecho de dragagem. Um “gatilho físico”, baseado na turbidez da água (NTU), foi estabelecido para controlar a dragagem, sendo responsável por diminuir a intensidade ou mesmo determinar a interrupção imediata das dragas. O quantitativo de carcaças encontradas foi utilizado para calibrar esse gatilho, em conjunto com os resultados de turbidez e séries de sólidos em suspensão. Quando encontradas 25 ou mais carcaças de peixes no primeiro quilômetro à jusante das dragas, em 48 horas, ações foram tomadas como redução de NTU com diminuição da velocidade de corte da cabeça da draga. Além disso, a dragagem era interrompida com a aproximação de cardumes durante o período de Piracema. Para a identificação desses cardumes, utilizou-se do uso de tarrafas nas proximidades da draga e logo à jusante do trecho. Foram realizados 15 lançamentos de tarrafa com malha de 5,5 cm entre nós opostos em cada um dos dois pontos de lançamento, de manhã e antes de as dragas iniciarem seu funcionamento como também ao final do dia. Os peixes capturados eram identificados, contabilizados, medidos, pesados e devolvidos ao rio. Foi calculada a média de indivíduos por tarrafada em cada ponto. Quando o quantitativo de Captura Por Unidade de Esforço (CPUE) fosse igual ou maior que 09, a dragagem não era iniciada ou era interrompida. A operação só é retomada depois de um próximo monitoramento que apresente uma média de CPUE menor do que 09 indivíduos. Quando o cardume era identificado o procedimento de dragagem era paralisado até o cardume transpor a área. Essas medidas foram estabelecidas para mitigar os impactos da dragagem de rejeitos no rio Paraopeba sobre a comunidade de ictiofauna.

Palavras-chave

Brumadinho, dragagem, Impacto

Área

AIA e a conservação da biodiversidade

Autores

BRENER ROCHA DE OLVEIRA FERREIRA, GUSTAV VALENTIN ANTUNES SPECHT, VITOR BROGNARO PIMENTA, FELIPE DE SOUZA COLOGNA, GABRIELA MARIA ARANTES RODRIGUES