5º CONGRESSO BRASILEIRO DE AVALIAÇÃO DE IMPACTO

Dados do Trabalho


Título

REDUÇAO DE IMPACTOS AMBIENTAIS SECUNDARIOS ATRAVES DA ELABORAÇAO DE GATILHOS OPERACIONAIS PARA A ATIVIDADE DE DRAGAGEM NO RIO PARAOPEBA.

Resumo

O impacto ambiental ocorrido em Brumadinho-MG, no dia 25 de janeiro de 2019, relativo ao rompimento de uma barragem de rejeitos de mineração, caracterizou-se, dentre outros aspectos, pela liberação de grande quantidade de material para o ambiente atingindo corpos hídricos a jusante do empreendimento minerário, incluindo o rio Paraopeba, causando interrupção temporária do fluxo hídrico logo após o rompimento. Para a reparação dos danos, ações diversas foram elencadas. Este trabalho foca principalmente nas ações de dragagem, realizadas na calha do rio Paraopeba, para retirada do rejeito do rio, desde a confluência com o córrego Ferro-Carvão, até próximo aos limites da zona urbana do município de Brumadinho-MG. A operação conta com o uso de escavadeiras anfíbias e dragas de sucção e recalque, as quais geram revolvimento de sedimentos e consequente aumento da turbidez da água. Diante disso, controles ambientais foram inseridos ao longo do trecho do rio Paraopeba. Para o monitoramento da dragagem foram instaladas sondas automáticas telemétricas em pontos a montante e jusante do trecho a ser dragado, para monitoramento horário de parâmetros físico-químicos como turbidez, oxigênio dissolvido, condutividade elétrica, potencial de oxirredução e nível do rio. Com estes dados foram elaborados limites que balizam a operação, para evitar novos impactos ao ambiente.
Como forma de controlar os impactos da dragagem são utilizados dois gatilhos associados. Um gatilho físico, que é utilizado diariamente pela equipe de operação da dragagem, no qual os resultados de turbidez obtidos em frequência horária na sonda a jusante do trecho a ser dragado, atuam como indicadores da qualidade da água superficial. Atuam também como limitadores da operação, ou seja, caso os resultados ultrapassem o gatilho de turbidez do dia, a operação deve ser adequada a situação, de acordo com a magnitude. Ações são tomadas afim de reduzir o impacto da dragagem como: redução da velocidade de rotação da cabeça de corte da draga, redução da velocidade de varredura da lança da draga e redução da camada de corte, até a paralisação da atividade em casos extremos. O cálculo deste limite é realizado através da leitura da turbidez a jusante da área a ser dragada, anterior ao início da operação, com acréscimo de 870 NTU. Este valor foi estabelecido através da oscilação natural do rio e testes operacionais com os equipamentos. Outro gatilho proposto é o biológico, o qual avalia a presença de cardumes e pode paralisar a operação. Os resultados de turbidez, série de sólidos e número de carcaças são avaliados em conjunto e atuam como reguladores do gatilho físico de turbidez proposto. Esses procedimentos apresentam boa resposta final, pois limitam a operação quando necessário, sem inviabilizar as atividades de dragagem, as quais são de suma importância para alcance do objetivo maior de reparação do corpo hídrico.

Palavras-chave

Dragagem gatilho operação

Área

Impactos cumulativos e sinérgicos

Autores

FELIPE DE SOUZA COLOGNA, VITOR BROGNARO PIMENTA, GABRIELA MARIA ARANTES RODRIGUES, BRENER ROCHA DE OLIVEIRA FERREIRA, GUSTAV VALETIN ANTUNES SPECHT