5º CONGRESSO BRASILEIRO DE AVALIAÇÃO DE IMPACTO

Dados do Trabalho


Título

TAXA DE INTERNAÇAO POR NEOPLASIAS EM TRES MUNICIPIOS DO ESPIRITO SANTO ATINGIDOS PELO ROMPIMENTO DA BARRAGEM DE MARIANA - MG.

Resumo

Introdução: O rompimento da barragem localizada em Mariana (MG) em novembro de 2015 atingiu 39 (trinta e nove) cidades mineiras e capixabas, e destas, três pertencentes ao estado Espírito Santo. Embora seja difícil mensurar exatamente os impactos sociais e sobre a saúde deste desastre, sabe-se que há uma multiplicidade de efeitos sobre a saúde combinando o agravamento e ampliação de doenças preexistentes com o surgimento de novas, em um cenário de sobreposição de riscos, doenças e danos à saúde das pessoas. As neoplasias são um grupo de morbidades influenciadas pelo ambiente e acredita-se que o contato com os rejeitos contendo metais pesados pode aumentar os riscos para o desenvolvimento desta doença, por isso é de extrema importância monitorar as taxas de internações por neoplasias em municípios atingidos por rompimento de barragens.
Objetivos: Analisar a evolução das taxas de internação por neoplasias em três municípios do Espírito Santo atingidos pelo rompimento da Barragem de Mariana - MG.
Métodos: Trata-se de um estudo quantitativo, descritivo baseados nos dados de internações disponíveis no Sistema de Informações Hospitalares (SIH-SUS). Foram selecionadas as internações por neoplasias, registradas entre 2010 e 2019, de acordo com o capítulo II da classificação internacional de doenças (CID 10). Os dados da população foram obtidos na página do IBGE. Os três municípios analisados - Baixo Guandu, Colatina e Linhares - integram os 39 reconhecidos como atingidos diretamente pelo rompimento da barragem de Mariana (MG).
Resultados: As análises foram feitas em dois períodos: 2010 a 2015 e 2016 a 2019 a fim de comparar as taxas antes e depois do rompimento da barragem de Mariana (MG), que aconteceu em novembro de 2015. No primeiro período, as taxas (por 10.000hab.) variaram de 28,19 a 43,04, 19,39 a 38,56, e de 21,30 a 32,46 em Baixo Guandu, Colatina e Linhares, respectivamente. No segundo período a variação foi de 45,29 a 53,13 (Baixo Guandu), 36,73 a 63,67 (Colatina) e 24,62 a 67,20 (Linhares). A taxa média no primeiro período foi maior em Baixo Guandu (37,85/10.000hab) e menor em Linhares (25,58/10.000hab). No segundo período a taxa média foi maior em Colatina (58,37/10.000hab) e menor em Linhares (47,67/10.000hab). A comparação entre os dois períodos mostra que a taxa média aumentou em todos os 03 municípios no segundo período e foi maior que o primeiro em 1,29 vezes em Baixo Guandu, 1,86 vezes em Linhares e 2,20 vezes em Colatina. O crescimento nos municípios de Linhares e Colatina foram superiores aos resultados da Região Central (1,75 vezes) (onde esses municípios se encontram) e do estado do Espírito Santo para o mesmo período (1,26 vezes).
Conclusões: O crescimento elevado em proporções maiores que o estado do Espírito Santo e a Região Central nos três municípios analisados podem indicar que a contaminação do solo, assim como o contato com a água contaminada por rejeitos trouxeram grandes prejuízos à saúde desta população.

Palavras-chave

Desastre industrial, Impacto ambiental e Saúde pública

Área

Impactos sociais, culturais e sobre a saúde

Autores

ANDRE DIEGO DA SILVA FERREIRA ANDRE DEIGO DA SILVA FERREIRA, ERIKA CARDOSO DOS REIS ERIKA CARDOSO REIS