5º CONGRESSO BRASILEIRO DE AVALIAÇÃO DE IMPACTO

Dados do Trabalho


Título

CORREDORES ECOLÓGICOS COMO MECANISMO DE ATENUAÇÃO DOS IMPACTOS DE GRANDES MONOCULTURAS: O CASO DA SILVICULTURA

Resumo

O código florestal determina a obrigatoriedade de preservação das APPs, e a destinação de uma porcentagem da área para a reserva legal. E essa deverá ser localizada de forma a favorecer a conectividade com outras áreas legalmente protegidas. Os corredores ecológicos viabilizam a conexão e o fluxo gênico da fauna e flora entre os fragmentos remanescentes na paisagem. No cenário de empreendimentos privados de grandes áreas com monoculturas, a adoção dessa prática ainda é incipiente. Como não há uma metodologia que auxilie na sua implantação, normalmente é priorizado áreas menos produtivas ou que não afete tanto a produção. Essa é uma visão vem mudando nos plantios de monoculturas, especialmente a silvicultura. Os corredores ecológicos utilizados nos empreendimentos silviculturais estão sendo dispostos em faixas de vegetação nativa intercalada às áreas produtivas, com largura e comprimento variando dependendo da distância entre os fragmentos florestais que se pretende interligar. Embora possa demandar um investimento maior para instalação do plantio, pois o uso desta técnica não é de simples implementação - demanda a perda de áreas produtivas, destinação de recursos para a regeneração natural ou plantio de espécies nativas, e muitas vezes adequação das formas de plantio e colheita, dentre outras adaptações - a adoção dessa prática pode trazer benefícios tanto para a empresa quanto para as comunidades e biodiversidade no entorno. O objetivo do estudo foi realizar uma análise qualitativa exploratória dos benefícios da implantação de corredores ecológicos frente aos impactos ambientais das monoculturas de eucalipto. A metodologia utilizada foi pesquisa bibliográfica por meio da Revisão Sistemática da Literatura. A presença de corredores ecológicos intercalados com talhões florestais atuam como mitigador dos impactos ambientais, aumentando a permeabilidade do fluxo gênico e a mobilidade da biota entre os fragmentos de vegetação nativa, o que também contribui para mudar a visão de que a eucaliptocultura forma desertos verdes com baixa diversidade. Com relação ao aspecto cênico da região, a quebra da homogeneidade da paisagem atenua o impacto visual do plantio em áreas contínuas, e contribui para uma imagem mais sustentável do empreendimento. Outro benefício promovido pela adoção dessa prática é a melhoria do controle dos incêndios florestais, pela presença de barreiras naturais, e no controle biológico natural de pragas. Apesar da implementação dos corredores ecológicos demandar adaptações no manejo das culturas e provocar uma significativa perda de área produtiva, os resultados positivos gerados pela implantação dos mesmos torna a prática viável quando se busca a sustentabilidade ambiental do negócio, e se bem avaliados, poderão ser constatados também ganhos financeiros através da redução da aplicação de agrotóxicos devido a melhora do controle biológico natural das pragas e também favorece para a obtenção da Certificação Florestal.

Palavras-chave

Eucalipto, Fluxo gênico, Sustentabilidade

Área

Serviços ecossistêmicos e AIA

Autores

REGIS MENDONÇA PEREIRA, ELIANDRA PEREIRA SILVA, LUIZ OTÁVIO MORAS FILHO, LUIS ANTÔNIO COIMBRA BORGES