Dados do Trabalho
Título
Identificação dos riscos e impactos ambientais associados ao armazenamento geológico de CO2 offshore
Resumo
As emissões de dióxido de carbono (CO2) da queima de combustíveis fósseis são um dos principais contribuintes para o aquecimento global e precisam ser reduzidas. O Painel Intergovernamental de Mudanças Climáticas (IPCC) e a Agência Internacional de Energia (IEA) sugerem, dentre as estratégias para reduções nas emissões de CO2, o crescimento em energias renováveis, eficiência energética e a descarbonização da produção e consumo de energia, por meio de tecnologias como a captura e armazenamento de carbono. Assim, novas tecnologias de captura e armazenamento de CO2 surgem como alternativa, em razão da preocupação na redução dos níveis de concentração de Gases do Efeito Estufa (GEE) e minimização dos impactos climáticos. No setor de Óleo e Gás, o CO2 pode ser utilizado como fator de recuperação de óleo e gás e no armazenamento geológico, em reservatórios de óleo e gás depletados, e em formações salinas profundas. Assim, o objetivo principal deste artigo é identificar os principais riscos e impactos ambientais associados ao armazenamento geológico de CO2 na indústria petrolífera offshore. Ademais, torna-se importante ampliar as discussões sobre a efetividade, ou não, do uso dessa tecnologia no controle das emissões de GEE e dos impactos ao meio ambiente. A metodologia é composta de pesquisa exploratória, descritivo-analítica sobre o tema, com natureza de abordagem quantitativa e qualitativa. Análise documental foi realizada, com revisão sistemática da literatura técnico-científica e consulta a relatórios técnicos de instituições públicas e privadas. Esse trabalho consolida pesquisas realizadas em alguns países (EUA, Canadá, Reino Unido, Itália, França e Noruega), considerando, principalmente, os impactos ambientais potenciais do aspecto vazamento de CO2, decorrente de armazenamento geológico; com base em observações em locais de ocorrência natural de CO2, experimentos de campo e laboratório, bem como modelagens geoquímicas. A perturbação biogeoquímica de um vazamento, considerada regionalmente, provavelmente será ínfima, quando comparada com a das contínuas emissões atmosféricas não mitigadas de CO2 e a subsequente acidificação do sistema marinho. Modelagens de vazamentos no meio marinho sugerem que, embora o gás livre possa atingir a superfície do mar em águas rasas, ocorre uma rápida dissolução, produzindo plumas de CO2 dissolvido próximas ao fundo do mar, cobrindo uma pequena porcentagem da área total da superfície sobre a qual a infiltração (seep) pode ocorrer. As implicações na redução do pH dos oceanos é considerada severamente prejudicial ao ecossistema marinho e aos ciclos biogeoquímicos. Experimentos mostraram que a acidificação da água do mar pode reduzir consideravelmente a biodiversidade dos sedimentos marinhos. Isso se deve às altas taxas de CO2 na fisiologia dos invertebrados marinhos, alterando, por exemplo, o equilíbrio ácido-base, função celular, respiração e a resposta imune desses organismos.
Palavras-chave
armazenamento geológico CO2, avaliação de impacto ambiental, indústria petróleo
Área
Mudanças climáticas e AIA
Autores
TALITA GRANZINOLI VELLOZO PONTES, EVANDRO MATEUS MORETTO