Professora do Departamento de Fisiologia e Biofísica (UFMG). Coordenadora do grupo de pesquisa em Cronofisiologia. O grupo estuda os mecanismos neuro-hormonais de sincronização dos relógios circadianos. Buscamos compreender como as pistas temporais externas como o horário da alimentação, a interação social e a temperatura podem afetar ritmos circadianos.  Somos fascinados pelos ritmos, os analisamos, em nosso laboratório, de várias formas, desde o comportamento de atividade e repouso do animal até a expressão das genes/proteínas de relógio em vários tecidos. Nosso estudo pretende entender a fisiologia em tempos modernos, onde a luz não é mais somente a do sol, mas também, dos aparelhos celulares e das cidades, e, em toda hora. Nossos compromissos sociais e de trabalho podem ir além das horas do dia, com isso, comemos em qualquer horário. Não foi sempre assim, optamos por um modelo de sociedade  24/7!  Principais consequencias já reportadas e associadas a este modelo: alterações do  padrão de sono/vigilia, do metabolismo de carboidratos e de lipídeos, maior ganho de peso, alterações na produção e secreção da melatonina e dos glicocorticóides. Podemos mudá-lo, não sei, então é melhor conhecer o impacto dele na fisiologia e criar estratégicas de mitigar seus malefícios.